Tal ideia feita aparece, geralmente, quando se está comparando o jogador europeu ao brasileiro.
O que me inquieta é o seguinte: se isso é verdade, e se é verdade que todos concordam com esse diagnóstico, por que nunca se faz nada para conscientizar o jogador brasileiro?
É que não se trata de algo a ser, simplesmente, modificado por meio de um ensinamento!
1) Curtição: no Brasil, aprende-se a gostar de futebol pela via do drible, da malandragem; no sentido de ver graça no enganar o adversário pelo gingado do corpo. A curtição está no rir do amigo (adversário) que cai no chão após um drible, que fica constrangido por "tomar uma bola" no meio das pernas. Isso significa que, enquanto não vira profissão, não há sentido e motivação para que jogadores façam algo diferente dessa lógica.
Por outro lado, na Europa, parece-me, aprende-se a gostar de futebol pela via da estratégia coletiva. A veracidade disso pode ser defendida a partir de, pelo menos, dois argumentos: a) o futebol foi inventado, na Europa, como exercício de estratégia de guerra; b) pelo o que se diz, rir de alguém, na Europa, por este ter sido "humilhado" ao ser driblado, é falta de respeito. Exatamente o contrário do que acontece no Brasil: o homem driblado, mesmo que seja o mais ranzinza dentre os homens, é como que socialmente obrigado, nesse tipo de situação, a rir de sua própria "desgraça" (ainda que esteja, no íntimo, bravo com o que lhe acontecera).
2) Educação: na Europa, em geral, o nível de educação (familiar e escolar) é superior ao brasileiro. Se o indivíduo tem maiores dificuldades em entender a lógica da matemática, das línguas, das artes etc., tem, ao mesmo tempo, maiores dificuldades em aprender a lógica da tática.
O que me inquieta é o seguinte: se isso é verdade, e se é verdade que todos concordam com esse diagnóstico, por que nunca se faz nada para conscientizar o jogador brasileiro?
É que não se trata de algo a ser, simplesmente, modificado por meio de um ensinamento!
1) Curtição: no Brasil, aprende-se a gostar de futebol pela via do drible, da malandragem; no sentido de ver graça no enganar o adversário pelo gingado do corpo. A curtição está no rir do amigo (adversário) que cai no chão após um drible, que fica constrangido por "tomar uma bola" no meio das pernas. Isso significa que, enquanto não vira profissão, não há sentido e motivação para que jogadores façam algo diferente dessa lógica.
Por outro lado, na Europa, parece-me, aprende-se a gostar de futebol pela via da estratégia coletiva. A veracidade disso pode ser defendida a partir de, pelo menos, dois argumentos: a) o futebol foi inventado, na Europa, como exercício de estratégia de guerra; b) pelo o que se diz, rir de alguém, na Europa, por este ter sido "humilhado" ao ser driblado, é falta de respeito. Exatamente o contrário do que acontece no Brasil: o homem driblado, mesmo que seja o mais ranzinza dentre os homens, é como que socialmente obrigado, nesse tipo de situação, a rir de sua própria "desgraça" (ainda que esteja, no íntimo, bravo com o que lhe acontecera).
2) Educação: na Europa, em geral, o nível de educação (familiar e escolar) é superior ao brasileiro. Se o indivíduo tem maiores dificuldades em entender a lógica da matemática, das línguas, das artes etc., tem, ao mesmo tempo, maiores dificuldades em aprender a lógica da tática.
3) Foco no craque: nas categorias de base brasileiras, o foco dos responsáveis está na identificação de indícios de craques, e não na formação daquilo que um coletivo necessita para funcionar.
Há uma explicação histórica para isso: nos títulos da seleção brasileira, o que ficou marcado foi o craque (a descrição da vitória passa pelo destaque deste ou daquele jogador).
Por outro lado, nos títulos das seleções europeias, o que mais se destacou foi, justamente, a organização tática.
Essas três explicação mostram que não se trata do jogador brasileiro não ter consciência tática por problema na abordagem de técnicos (sejam eles profissionais ou de categorias de base). A questão não é pontual; pelo contrário, é constitutiva!
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