Talvez eu esteja dizendo isso apenas porque o meu time não está
como eu gostaria que estivesse neste Campeonato Brasileiro, mas o fato é que os
jogos do Nacional (independentemente de envolverem, ou não, o meu time) têm se tornados
irritantes. Ainda que isso, nem de perto, seja, por ora, suficiente para
enfraquecer o meu interesse pelo futebol, já começa a causar certo desgaste. A causa
disso é localizável, chama-se “cera”.
A cera é ainda pior do que a encenação visando a obtenção de uma falta, visto que enquanto naquela o árbitro tende a não fazer nada, nesta ele tem a possibilidade de não marcá-la ou de constrangê-la.
Considerando que os dois problemas existem e se aprofundam por culpa dos cinco personagens envolvidos no futebol (torcedor, patrocinador, mídia, jogador/técnico e árbitro), vejo apenas uma alternativa para cada problema:
- Em relação à cera, a única alternativa é fazer com que o tempo do jogo paralise toda a vez que o jogo pare (é o que ocorre no basquete, no handebol e no futsal).
Trata-se de “única alternativa” porque é a única que não depende do árbitro, o qual é um dos principais interessados em fazer com que o jogo fique parado; afinal, o árbitro mais elogiado acaba sendo sempre aquele que permanece discreto durante o jogo (jogo parado = menos chances de acontecer lances polêmicos).
Para que tal solução fosse efetivada, bastaria contar com o acordo do patrocinador e da mídia, os quais precisariam admitir a variação no tempo de duração do evento. Fora isso, funcionaria porque o jogador/técnico não fingiria situações para que o tempo passasse; e porque o árbitro deixaria de ser um complacente da cera.
O jogo poderia passar a se constituir de dois tempos de trinta minutos (sendo que após o tempo complementar, o jogo terminaria apenas após a primeira bola sair de campo – assim, não haveria a polêmica envolvendo o fato de uma bola ter entrado no gol antes, ou depois, do tempo regulamentar).
- Em relação à encenação visando a obtenção de uma falta, a única alternativa é o “universo do futebol” passar a ser contagiado pelo conceito de “jogo limpo” (de modo muito mais amplo do que aquele propagado pela FIFA).
Tal solução funcionaria se o torcedor passasse a vaiar as encenações (o torcedor que joga em casa quer sempre sair com a vantagem em relação à arbitragem, mas não se dá por conta de que o mesmo acontece, inversamente, quando o seu time joga fora de casa, fazendo que tudo fique na equivalência); e a mídia esportiva a não mais dizer que “o fulano usou a sua experiência” quando fingisse receber uma falta: teria que criticar, severamente, o autor da encenação (não apenas aquelas que acontecem dentro da área, mas toda e qualquer encenação).
O jogador/técnico e o árbitro são os menos influentes nesta alternativa; eles entrariam no embalo do torcedor e da mídia.
O que é inadmissível é ficar, enquanto torcedor, diante de lances que o árbitro tanto pode quanto pode não marcar, dependendo quase que exclusivamente do seu humor (muito mais do que da técnica, por exemplo). O resultado é que todos ficam com a impressão de que o seu time é sempre o maior prejudicado.
A FIFA, certamente, não buscará soluções para esses problemas. Como qualquer corporação, a FIFA também quer aumentar o seu público; e se o futebol tem o público que tem é, dentre outros motivos, pelo fato de o time pior ter sempre chances de vencer o melhor. E tais chances se devem, muito, à possibilidade de se fazer cera e encenação. Então, a efetivação das alternativas aqui apresentadas, é viável somente através de campanha popular.
A cera é ainda pior do que a encenação visando a obtenção de uma falta, visto que enquanto naquela o árbitro tende a não fazer nada, nesta ele tem a possibilidade de não marcá-la ou de constrangê-la.
Considerando que os dois problemas existem e se aprofundam por culpa dos cinco personagens envolvidos no futebol (torcedor, patrocinador, mídia, jogador/técnico e árbitro), vejo apenas uma alternativa para cada problema:
- Em relação à cera, a única alternativa é fazer com que o tempo do jogo paralise toda a vez que o jogo pare (é o que ocorre no basquete, no handebol e no futsal).
Trata-se de “única alternativa” porque é a única que não depende do árbitro, o qual é um dos principais interessados em fazer com que o jogo fique parado; afinal, o árbitro mais elogiado acaba sendo sempre aquele que permanece discreto durante o jogo (jogo parado = menos chances de acontecer lances polêmicos).
Para que tal solução fosse efetivada, bastaria contar com o acordo do patrocinador e da mídia, os quais precisariam admitir a variação no tempo de duração do evento. Fora isso, funcionaria porque o jogador/técnico não fingiria situações para que o tempo passasse; e porque o árbitro deixaria de ser um complacente da cera.
O jogo poderia passar a se constituir de dois tempos de trinta minutos (sendo que após o tempo complementar, o jogo terminaria apenas após a primeira bola sair de campo – assim, não haveria a polêmica envolvendo o fato de uma bola ter entrado no gol antes, ou depois, do tempo regulamentar).
- Em relação à encenação visando a obtenção de uma falta, a única alternativa é o “universo do futebol” passar a ser contagiado pelo conceito de “jogo limpo” (de modo muito mais amplo do que aquele propagado pela FIFA).
Tal solução funcionaria se o torcedor passasse a vaiar as encenações (o torcedor que joga em casa quer sempre sair com a vantagem em relação à arbitragem, mas não se dá por conta de que o mesmo acontece, inversamente, quando o seu time joga fora de casa, fazendo que tudo fique na equivalência); e a mídia esportiva a não mais dizer que “o fulano usou a sua experiência” quando fingisse receber uma falta: teria que criticar, severamente, o autor da encenação (não apenas aquelas que acontecem dentro da área, mas toda e qualquer encenação).
O jogador/técnico e o árbitro são os menos influentes nesta alternativa; eles entrariam no embalo do torcedor e da mídia.
O que é inadmissível é ficar, enquanto torcedor, diante de lances que o árbitro tanto pode quanto pode não marcar, dependendo quase que exclusivamente do seu humor (muito mais do que da técnica, por exemplo). O resultado é que todos ficam com a impressão de que o seu time é sempre o maior prejudicado.
A FIFA, certamente, não buscará soluções para esses problemas. Como qualquer corporação, a FIFA também quer aumentar o seu público; e se o futebol tem o público que tem é, dentre outros motivos, pelo fato de o time pior ter sempre chances de vencer o melhor. E tais chances se devem, muito, à possibilidade de se fazer cera e encenação. Então, a efetivação das alternativas aqui apresentadas, é viável somente através de campanha popular.