Sem dúvida, quanto mais jogos desses clubes forem transmitidos, ainda maiores serão as suas torcidas! Nesse sentido, parece-me que nada mais lógico do que, quanto mais um clube for exibido na TV, menos deve receber, e não o contrário; afinal, quanto maior a exposição, maior é a difusão da marca.
Do modo como está ocorrendo hoje, os dois clubes em questão estão sendo beneficiados duas vezes: ganham mais dinheiro e, de quebra, divulgam mais as suas marcas! No momento em que Corinthians e Flamengo esboçam a seguinte reclamação: “a TV transmite mais jogos dos nossos times do que de outros, logo, devemos receber mais!”, a resposta da TV deveria ser (e, quando consideramos o modo como ocorre uma negociação entre uma parte que tem outras opções de “clientes” e outra que tem apenas uma alternativa, isso parece lógico): “certo, então, transmitiremos menos jogos de vocês!”. Corinthians e Flamengo voltariam atrás e se resignariam; afinal, se as perdas da televisão poderiam ser contornadas num médio prazo, as perdas dos dois clubes seriam definitivas.
O interesse da TV não é tão grande quanto o do clube, visto que aquela tem sempre a opção de transmitir uma partida envolvendo outros times, enquanto que este necessita dessa verba para conservar “as suas portas abertas”; ou seja, a sua necessidade é de primeira ordem.
Ainda que esses clubes pudessem procurar outros canais de TV, não o fariam, pois não abandonariam a Rede Globo, sob o risco de perder poder de penetração. É preciso considerar que se Corinthians e Flamengo possuem as duas maiores torcidas, não é em função da chamada “torcida ativa”, mas é em função de contarem com torcedores em quase todas as regiões do país; devido, justamente, ao poder de penetração que meios de comunicação lhe possibilitaram e que a Rede Globo e seus demais canais hoje lhes possibilitam.
Difícil de entender o porquê de a TV não usar esse tipo de negociação, até porque ninguém duvida de sua habilidade empreendedora.
Por fim, não tenho dúvida de que se a TV passasse a transmitir as partidas de outro clube na mesma quantidade e intensidade que hoje transmite as de Corinthians e Flamengo, tal clube passaria a contar, em longo prazo, com torcida equivalente a desses. Critérios como paixão, história, títulos e estrutura, são cumpridos por pelo menos outros dez clubes do país. Nesse sentido, o fator definitivo para a diferença que há, entre a quantidade de torcedores desses clubes e a dos demais, tange a exposição de suas marcas (refiro-me não ao trabalho de marketing, realizado pelos próprios clubes, mas ao serviço prestado pelos meios de comunicação).
(Não estou a propor uma diminuição da verba da TV; mas um novo modo de distribuir essa mesma verba. A TV seguiria investindo tanto quanto agora; afinal, o seu investimento é justo (ou próximo disso). A questão problemática diz respeito ao fato de que, justamente, aqueles clubes que mais se beneficiam com a exposição de suas marcas, são os mesmos que mais recebem do "bolo da televisão". O raciocínio deveria ser este: a TV compra o Campeonato Brasileiro (independentemente dos clubes – e aí a importância de uma entidade representativa), e os clubes fazem a distribuição de acordo com o critério da “menor exposição”. Isso significa que a verba recebida por um clube é inversamente proporcional ao número de jogos seus transmitidos em canal aberto (o sistema Pay Per View fica fora dessa questão, pois transmite todos os jogos de todos os clubes). Não se trata de uma proposta que tenha o intuito de fazer com que a disputa fique mais justa; não se trata de uma intervenção que vise a igualdade entre os clubes. Trata-se, isto sim, de um raciocínio que se insere na própria lógica mercadológica em que vivemos: aquele que expõe a sua marca não é aquele que recebe por isso, mas, ao contrário, aquele que paga! Neste caso, evidentemente, paga não para a TV, mas paga não recebendo tanto (da entidade dos clubes) quanto o clube menos exposto.)
Do modo como está ocorrendo hoje, os dois clubes em questão estão sendo beneficiados duas vezes: ganham mais dinheiro e, de quebra, divulgam mais as suas marcas! No momento em que Corinthians e Flamengo esboçam a seguinte reclamação: “a TV transmite mais jogos dos nossos times do que de outros, logo, devemos receber mais!”, a resposta da TV deveria ser (e, quando consideramos o modo como ocorre uma negociação entre uma parte que tem outras opções de “clientes” e outra que tem apenas uma alternativa, isso parece lógico): “certo, então, transmitiremos menos jogos de vocês!”. Corinthians e Flamengo voltariam atrás e se resignariam; afinal, se as perdas da televisão poderiam ser contornadas num médio prazo, as perdas dos dois clubes seriam definitivas.
O interesse da TV não é tão grande quanto o do clube, visto que aquela tem sempre a opção de transmitir uma partida envolvendo outros times, enquanto que este necessita dessa verba para conservar “as suas portas abertas”; ou seja, a sua necessidade é de primeira ordem.
Ainda que esses clubes pudessem procurar outros canais de TV, não o fariam, pois não abandonariam a Rede Globo, sob o risco de perder poder de penetração. É preciso considerar que se Corinthians e Flamengo possuem as duas maiores torcidas, não é em função da chamada “torcida ativa”, mas é em função de contarem com torcedores em quase todas as regiões do país; devido, justamente, ao poder de penetração que meios de comunicação lhe possibilitaram e que a Rede Globo e seus demais canais hoje lhes possibilitam.
Difícil de entender o porquê de a TV não usar esse tipo de negociação, até porque ninguém duvida de sua habilidade empreendedora.
Por fim, não tenho dúvida de que se a TV passasse a transmitir as partidas de outro clube na mesma quantidade e intensidade que hoje transmite as de Corinthians e Flamengo, tal clube passaria a contar, em longo prazo, com torcida equivalente a desses. Critérios como paixão, história, títulos e estrutura, são cumpridos por pelo menos outros dez clubes do país. Nesse sentido, o fator definitivo para a diferença que há, entre a quantidade de torcedores desses clubes e a dos demais, tange a exposição de suas marcas (refiro-me não ao trabalho de marketing, realizado pelos próprios clubes, mas ao serviço prestado pelos meios de comunicação).
(Não estou a propor uma diminuição da verba da TV; mas um novo modo de distribuir essa mesma verba. A TV seguiria investindo tanto quanto agora; afinal, o seu investimento é justo (ou próximo disso). A questão problemática diz respeito ao fato de que, justamente, aqueles clubes que mais se beneficiam com a exposição de suas marcas, são os mesmos que mais recebem do "bolo da televisão". O raciocínio deveria ser este: a TV compra o Campeonato Brasileiro (independentemente dos clubes – e aí a importância de uma entidade representativa), e os clubes fazem a distribuição de acordo com o critério da “menor exposição”. Isso significa que a verba recebida por um clube é inversamente proporcional ao número de jogos seus transmitidos em canal aberto (o sistema Pay Per View fica fora dessa questão, pois transmite todos os jogos de todos os clubes). Não se trata de uma proposta que tenha o intuito de fazer com que a disputa fique mais justa; não se trata de uma intervenção que vise a igualdade entre os clubes. Trata-se, isto sim, de um raciocínio que se insere na própria lógica mercadológica em que vivemos: aquele que expõe a sua marca não é aquele que recebe por isso, mas, ao contrário, aquele que paga! Neste caso, evidentemente, paga não para a TV, mas paga não recebendo tanto (da entidade dos clubes) quanto o clube menos exposto.)
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